Fake News: nome moderno e uma prática antiga nas eleições

Por Claudius Brito- Publicado no Portal CONTEXTOEm recente entrevista à imprensa, o promotor de Justiça, Carlos Alexandre Marques, que já é um veterano em participar de eleições em Anápolis, lembrou bem que as chamadas fake news, ou notícias falsas, não são um problema atual. Lá no passado, essa prática já existia. O que mudaram, foram os meios de disseminação da prática ilícita. Diga-se de passagem.

De fato, ao logo da história das eleições em Anápolis, sempre houve muita disseminação de notícias falsas. Tempos atrás, entretanto, não havia as redes sociais e mensageiros de telefone celular como conhecemos hoje.

O que se tinha, então, de maneira mais recorrente, era o derrame de panfletos apócrifos pelas ruas da cidade, sobretudo, nas madrugadas do dia da eleição. Em geral, num domingo.

Vários políticos foram vítimas desse crime eleitoral.

Contudo, dadas as dificuldades que se tinha na época, era muito difícil se fazer um flagrante e prender autores e mandantes.

Mas, ainda assim, muita gente ia parar no famoso “cadeião”, que era instalado nos ginásios.

Porém, além do material apócrifo, muita gente ia para o cadeião, também, pelo derrame de “santinhos” nas proximidades dos locais de votação ou, então, pelo transporte irregular de eleitores.

Essas práticas ainda são corriqueiras, muito embora, de pouca eficácia, já que hoje o eleitor tem aversão aos candidatos sujões. E a questão do transporte já não é tão recorrente, mesmo porque, com o tempo, aumentou-se os locais de votação e os meios de locomoção também sofreram mudanças significativas.

Mas, além dos panfletos apócrifos, em Anápolis, há muitas histórias ou lendas em torno das eleições. Uma delas é a da famosa “mala preta” que circulava pela cidade para a compra de votos.

Santinhos jogados próximos a um local de votação- Arquivo: Jornal Estado de Goiás

Dizia-se que um dos destinos principais da “mala preta” era a Vila Jaiara, por ser uma região de grande densidade eleitoral e, portanto, uma região decisiva para quem estava em busca de votos.

Verdade ou não, o fato é que até hoje não se tem conhecimento de alguém que teria sido preso por conta da “mala preta”.

Em relação às notícias falsas, nas eleições passadas, em 2020, a chamada eleição paroquial, de prefeito e vereador, houve um caso envolvendo três vereadores da legislatura anterior que estavam em campanha à reeleição.

Dois deles foram alvo da ação de um colega, com o derrame de panfletos com fake news em suas principais bases políticas.

O caso foi parar na Polícia Federal. E, no fim das contas, o vereador que derramou o material apócrifo não se reelegeu. Seus alvos foram reeleitos e estão em exercício de mandato.

Mas, agora é diferente e as fake news encontram um território vasto de multiplicação nas redes sociais e mensageiros de telefone celular. Inclusive, usam “robôs” para ampliar a massificação.

Dessa forma, para o eleitor, o melhor caminho para não se perder nas notícias falsas, é buscar fontes de informações idôneas e seguras.

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