Biblioteca Zeca Batista: 92 anos servindo ao conhecimento e à história

Claudius Brito- A primeira biblioteca pública de Anápolis foi criada pelo prefeito Arlindo Costa, funcionando nas dependências do Clube Recreativo de Anápolis (CRA), em 07 de abril de 1933. Em 30 de novembro de 1956 ela foi instituída em lei, na gestão de Carlos de Pina.

No dia 04 de abril de 1988, o então prefeito Adhemar Santillo deu à Biblioteca Municipal Zeca Batista uma sede própria, na Praça Americano do Brasil. Por alguns anos, o espaço funcionou em outros locais, como no prédio do antigo Centro Administrativo na Avenida Brasil Sul e em um imóvel na Avenida Miguel João. Depois, retornou à Praça Americano do Brasil e em 2022, na gestão Roberto Naves, o prédio passou por uma ampla reforma.

Hoje, a biblioteca divide espaço com o Museu de Artes Plásticas “Loures”. No prédio, construído na Praça Americano do Brasil, onde já funcionou também um cemitério público e um parque de diversões, há verdadeiros tesouros literários guardados. No geral, o acervo é composto por cerca de 70 mil títulos diversos.

Apesar das transformações tecnológicas, que permitem através do computador ou de um telefone celular, permite acesso a milhares de publicações de forma rápida, há muita gente que tem ali, no canto da biblioteca, o prazer de fazer uma boa leitura, uma boa pesquisa em livros físicos, com as folhas passadas à mão e colocando diante de nossos olhos um universo vasto de conhecimento.

Ressalte-se que o nome dado à biblioteca faz jus à história. José da Silva Batista, o Zeca Batista, foi um dos fundadores do município, ao lado de Gomes de Souza Ramos. Ele foi o primeiro administrador da Vila de Sant´Ana, que antes era denominada de Freguesia.

Nas estantes: diversidade de conhecimento

Que tal, por exemplo, conhecer a Bíblia dos Jovens, de 1971, uma publicação bastante interessante não apenas pelo conteúdo, mas pelas gravuras que remontam passagens importantes do cristianismo. Há, também publicações de denominações pentecostais, da doutrina espírita e de outras religiões e seitas.

Numa prateleira, de capa grossa e folhas já maltratadas pela ação do tempo, tem um título que chama atenção: “Ciência e Saúde, com a chave das escrituras”, de 1963.

Para os amantes da música, tem o livro: “Panorama da Arte Musical Contemporânea”, de 1964.

Em outra prateleira, é possível encontrar várias e várias edições da “bíblia” dos operadores do Direito, o Vade Mecum. Além de outras centenas de títulos ligados a esse segmento do conhecimento acadêmico.

Dá para matar também a saudade das famosas enciclopédias, como a Barsa e a Larouresse que eram (e ainda são) fontes ricas para diferentes tipos de pesquisas. São publicações de vários volumes e conteúdos diversos.

Claro que, na biblioteca tem também um espaço que é dedicado aos amantes do futebol. Um dos “achados” é o livro “Arquivo do Futebol Goiano”, de 1982, que traz muita informação dos times profissionais e também amadores da capital e do interior de Goiás.

A biblioteca tem centenas e centenas de periódicos, sobretudo, jornais e revistas, que são ricas fontes de informação e história.

A casa dos escritores anapolinos

Claro que nesse “passeio” pela Biblioteca Zeca Batista não falta o cantinho reservado à história e à literatura anapolina.

E, felizmente, são muitos os que, com seus talentos, ajudaram a resgatar e imortalizar a história da cidade, antes mesmo da sua emancipação.

Autores que mantém viva a chama da literatura. Não dá para citar todos. Mas temos nessa galeria nomes como de Haydée Jayme, Paulo Nunes Batista, Laurentina Murici de Medeiros (Dona Loló), Iron Junqueira, Ursulino Leão, Marieta Jayme, João Asmar, Natalina Fernandes, Adhemar Santillo, Olímpio Ferreira Sobrinho, Jarbas de Oliveira, Amador de Arimathéa (Dô), Juscelino Polonial. E por aí vai.

Até difícil de imaginar, quanta coisa cabe num só lugar, numa biblioteca. Tanta gente, tanto saber, tantos olhares sobre o mundo. Tanta história escrita, fotografada e desenhada.

É, vale a pena fazer esse passeio, onde a tecnologia ainda não alcança de forma assim tão plena, rica e edificante.

Leia ainda a crônica: O homem na lua, a carroça e o barquinho