Quase todo mundo já foi perguntado: – Vamos à feira? Certamente, muitos responderam que sim. Afinal, as feiras livres nas cidades são um ponto de encontro entre pessoas de uma mesma família, dos amigos e um lugar, diga-se de passagem, dos mais democráticos que existe.
Claudius Brito– A feira tem diversidade de produtos e de pessoas. Gente de todas as classes sociais que vai ali para as comprar, para socializar.
Outros, por sua vez, acordam cedo num dia de domingo (mas, pode ser em qualquer dia da semana) para ir à feira comer pastel, tomar garapa ou, os dois juntos. A gastronomia da simplicidade.
Eu aprendi cedo ir à feira. Desde criança, minha mãe me dava essa missão, dizendo: – Vou comprar só um feijão”. Sim, ela comprava o feijão (sempre na mesma banca), perto da farinha da Raimunda. Depois, tinha a banca da pimenta, a do milho, a do frango caipira, das frutas e verduras e, claro, das plantas.
Nunca que era só o feijão. Sem contar as inúmeras paradas para as conversas com um e outro conhecidos, fora os donos das bancas.
Assim, não poderia ser diferente, aprendi a gostar de feira e a ter as minhas preferências das bancas para comprar isso ou aquilo. Hoje, as idas na Feira do Jundiaí já não são tão frequentes como no passado.
E, apesar de algumas mudanças físicas e em alguns de seu personagens, a feira continua a mesma, um lugar aprazível e cheio de experiências.
Me lembro, voltando um pouco mais no passado, quando no dia sagrado de domingo, íamos a feira comprar a galinha para o almoço.
Na época, não era já cortada, embalada. Era em pé, mesmo, de pena e tudo. Feita a escolha da ave, na volta, a galinha passeava de cabeça para baixo pendurada no retrovisor. Era uma espécie de cultura da época.
Chegando em casa, era o ritual de matar a galinha e fazer o seu preparo. E como era saborosa a galinha de caldo ou a galinhada no arroz amarelinho com um pouco de salsinha em cima.
Claro que tudo isso temperado com muito amor. E, como na época não se tinha celular, domingo era dia da conversa rolar em casa.
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