Meio Ambiente: Anápolis possui história e referenciais importantes nessa área

Por Claudius Brito- No último dia 5, deu-se a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente. Não é só um dia, mas um mês dedicado, especialmente, à conscientização da sociedade sobre os- vamos chamar assim- ativos que a natureza tem e que são essenciais à vida.

Já de início é bom lembrar que a história da cidade tem como um dos seus componentes o Ribeirão das Antas, que deu nome ao povoado lá nos seus primórdios.

Ainda, considera-se o fato de o município ser considerado um “berço de águas”, com diversos ribeirões e córregos que cortam a região, como o próprio Antas, o João Leite (que é fundamental para o abastecimento de Goiânia); o Piancó (que é responsável por abastecer quase 90% de Anápolis); o Caldas (que abastece as indústrias do DAIA e alguns bairros na região Sul); o Catingueiro. Enfim, a lista é extensa e sem contar ainda com diversas nascentes.

Esse cenário fez com que Anápolis adotasse uma política preservacionista, buscando o equilíbrio, ou seja, a sustentabilidade para o uso desses recursos em consonância com o desenvolvimento local.

Dentro desse contexto, foi criado o Pró-Água, que hoje não é apenas um simples projeto, mas é uma política pública consagrada em lei e que deu à cidade vários prêmios ambientais e reconhecimento nacional e internacional.

Soluções da Natureza

Mais recentemente, Anápolis vem trabalhando soluções para ao problema dos alagamentos, sobretudo, na região central da cidade. E, diga-se de passagem, um problema que vem de longa data agravado por situações diversas como, por exemplo, o desmatamento da vegetação próxima dos mananciais e, sobretudo, a impermeabilização do solo.

As obras de engenharia para solucionar problemas como este são, via de regra, muito onerosas, complexas e levam tempo para se consolidarem.

Com isso, o poder público local mudou de estratégia e tem buscado um caminho diferente, através do Plano de Macrodrenagem Urbana.

Esse plano traz em sua concepção as Soluções Baseadas na Natureza (SbN). Não há invenção da roda, as técnicas de SbN são conhecidas e utilizadas em várias cidades, estados e países.

Por aqui, esse trabalho começou e ganhou projeção nacional, inclusive, com os chamados Jardins de Chuva.

Mas, as SbN possuem uma série de outras técnicas, como Vale de Infiltração (Swale); Bacia de Retenção (com ou sem poço de infiltração) ou Bacia de Contenção (alagado construído ou Wetland); Trincheira de Infiltração; Poço de Infiltração e Poço de Escoamento; Espaços públicos, parques, passeios e calçadas drenantes.

Olha o que é mais interessante: a mesma água que alaga é a água que se busca para a solução do problema. Fazendo o manejo dela da forma correta, a água vai voltar ao lençol freático e vai continuar fazendo o papel que lhe cabe na natureza.

Jardim de Chuva: a água como aliada no combate aos alagamentos

Jardim Botânico

Ainda recentemente, foi inaugurado em Anápolis o Jardim Botânico, onde funcionava o antigo Clube Ipiranga. Ali, a rica vegetação e também os mananciais de água foram conservados.

O local que estava abandonado, foi revitalizado e entregue à população, compondo um grande complexo de lazer e ambiental junto ao Parque das Águas e Parque Ipiranga.

Além disso, o Jardim Botânico transformou numa espécie de grande sala de aula aberta, onde crianças e adolescentes vão conhecer de perto toda riqueza que a natureza nos oferece e não nos cobra nada, além de cuidarmos dela.

Trocando em miúdos, temos de atuar, cada um fazendo a sua parte, para que o meio ambiente continue sendo um ativo e não se torne um passivo na rota da qualidade de vida.

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