Por Claudius Brito- Anápolis registrou queda de -24,6% no número de lançamentos imobiliários no segundo semestre (até outubro) em relação ao primeiro semestre. As vendas, por sua vez, também registraram queda, no mesmo período, de -28%. No semestre, foram 449 lançamentos e 261 unidades vendidas.
Esses números fazem parte da pesquisa de mercado apresentada nesta quinta-feira, 14/12, pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sinduscon) de Anápolis.
O levantamento, realizado pela consultoria ARHEA- Gestão Comercial- tem uma metodologia que foi considerada inédita para esse tipo de pesquisa, pois levou em conta não apenas dados que são trazidos de estatísticas oficiais, mas uma pesquisa de campo ampla.
O palco dessa apresentação não poderia ter sido melhor: o Edifício Gênesis Office, no Bairro Jundiaí, que se tornou uma espécie de símbolo para o empreendedorismo no setor construtivo e imobiliário da cidade.
O presidente do Sindiscon Anápolis, Luiz Antônio Oliveira Rosa ressaltou que a pesquisa será realizada semestralmente, a fim de que se possa formar um banco de dados consistente para que os empresários ligados à construção possam avaliar cenários e dimensionar as suas estratégias mercadológicas.
Por outro lado, a pesquisa também irá contribuir para que o mercado, ou seja, o consumidor, possa conhecer melhor o setor, cuja importância para a economia é ímpar seja na geração de emprego e renda para as famílias, geração de divisas (arrecadação de impostos) para o município e mesmo na sua finalidade principal que é oferecer produtos, seja uma casa para baixa renda, um edifício de moradia ou com perfil de negócios até um condomínio de casas de alto padrão.
Aliás, durante a reunião, o empresário Luiz Felipe (Engecom), respondendo a um questionamento do CONTEXTO desmitificou a ideia de que imóveis em Anápolis são muito mais caros do que em Goiânia.
Segundo ele, o preço do metro quadrado de construção em Anápolis é até bem menor. Pela proximidade com a capital, não há muita disparidade, por exemplo, no que as empresas gastam com fornecedores de materiais diversos.
Mais números
Rafael Brandão, da ARHEA e curador da pesquisa, apresentou os dados, mostrando que em Goiás e no Brasil, o quadro é um pouco diferente daquele mostrado para Anápolis, embora, com alguma diferença no período de avaliação.
Tomando como base o terceiro bimestre em relação ao anterior, no cenário nacional registrou-se uma queda de -8,6% nos lançamentos e um aumento de vendas de +6,5%. No cenário regional, queda de -30,7% nos lançamentos e +5,4% no aumento de vendas.
Para o especialista, a continuar com essa tendência, ou seja, vendas muito mais elevadas do que novos lançamentos, a tendência seria em sete meses zerar o estoque de “produtos” nas prateleiras do mercado.
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Uma situação colocada na reunião é que as incertezas que houveram recentemente no cenário político do país e a própria conjuntura, fizeram com que os investidores “perdessem o apetite” por lançamentos.
Mas, a expectativa é de que, na construção, há uma espécie de movimento cíclico e, para o ano que vem, está sendo projetado que Anápolis terá uma reviravolta significativa nos indicadores, inclusive, com a queda da taxa Selic.
Portanto, de agora até o primeiro semestre, o mercado dá sinais de que é um período bom para se investir na compra de imóveis.