Por Claudius Brito- Em maio do ano passado, o CONTEXTO publicou uma matéria especial, acerca do histórico de acidentes ocorridos na BR-414. Somente no começo daquele ano, seis vidas haviam sido ceifadas na rodovia, hoje sob concessão da Ecovias do Araguaia.
Nessa mesma rodovia, em 2021, segundo dados do Painel de Consulta Dinâmica Acidentes Rodoviários elaborados pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), foram registrados 75 acidentes com vítimas, sendo 12 delas vítimas fatais.
A reportagem também trouxe um histórico das tentativas para se duplicar um trecho de apenas 13 quilômetros, do trevo do Recanto do Sol até a entrada do novo presídio.
Uma busca nos arquivos do Jornal CONTEXTO, revelou que o descaso vem de longa data. Em 2014, durante a inauguração do trevo de acesso ao Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA), o então ministro dos Transportes, Sérgio Passos, recebeu um pedido de lideranças políticas e do setor produtivo locais, para a duplicação da BR-414, no trecho urbano do Município.
Na época, a missão foi repassada de pronto à diretoria do Departamento nacional de Infraestrutura de Transporte, o DNIT.
Quase um ano depois, a autarquia apresentou o projeto de duplicação de um trecho de cerca de 13 Km, do trecho do Recanto do Sol até a entrada do novo presídio.
O DNIT chegou a realizar audiência pública para tratar da referida duplicação. Mas, até hoje, a obra não saiu do papel.
ior, com o passar dos anos, o fluxo de veículos aumentou e tende a aumentar mais com a ampliação da Base Aérea e com a expansão urbana que vem acontecendo na região Norte/Nordeste.
Hoje, a responsabilidade já não está com o DNIT, uma vez que a BR-414 entrou no pacote de concessões rodoviárias do Governo Federal, sendo que a gestão foi assumida no ano passado pelo consórcio Ecovias do Araguaia. A concessão envolve a exploração das BRs 153, 080 e a 414.
O contrato de concessão, inclusive, foi assinado em Anápolis entre o consórcio e o Governo Federal. O prazo previsto é de 35 anos de vigência. Neste período, os investimentos previstos- conforme foi divulgado- são da ordem de R$ 14 bilhões, sendo R$ 7,8 bilhões em obras e R$ 6,2 bilhões em custos operacionais.
Há que se reconhecer que a Ecovias do Araguaia vem realizando melhorias nos trechos sob concessão. Mas, no caso da BR-414, dada a sua importância, não dá para esperar os mais de 20 anos previstos em contrato para a duplicação.
Mais tragédia
No dia 25 último, infelizmente, a BR-414 foi palco de mais uma tragédia, num acidente que envolveu 18 veículos e terminou com saldo de quatro vítimas fatais, entre elas, uma criança de seis anos de idade.
A conta de vítimas ceifadas na rodovia, infelizmente, aumentou novamente. E, como lição, o que se espera é que as autoridades possam olhar com mais atenção esse clamor pela duplicação, que pode não acabar com os acidentes e com as fatalidades, porque há também o elemento humano envolvido, mas pode ajudar a reduzir as ocorrências e, assim, cada vida que puder ser preservada, já valerá a pena.