Por Claudius Brito- O Instituto Mauro Borges (IMB), vinculado à Secretaria Geral do Governo de Goiás, divulgou um estudo que mostra um raio-x dos jovens que não trabalham e não estudam, batizados com o termo popular “nem-nem”.
De acordo com o IMB, a ausência de vínculo dessa parcela da população com o mercado de trabalho ou com o sistema educacional resulta em um tempo de inatividade com repercussões negativas para a produtividade e o crescimento econômico.
Conforme demonstra o levantamento, dentre as 27 unidades da federação, Goiás apresenta o oitavo menor percentual de jovens “nem-nem”. E, também de acordo com os apontamentos, o número de jovens fora do mercado vem caindo desde 2020 no estado.
O relatório produzido pelo IMB, referente ao estudo, se baseia em informações trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo desde o primeiro trimestre do ano de 2012 até quarto trimestre de 2022.
Para a análise, foram considerados os jovens com idade entre 14 e 29 anos, 15 a 17 e 18 a 24. Essas faixas constituem o público-alvo de programas sociais voltados para a juventude, como o Programa Bolsa Estudo, Aprendiz do Futuro, Bolsa Qualificação e CNH Social.
Na PNAD Contínua, os jovens reportam se estão em algum dos status, sendo: – Só estuda/ – Estuda e está ocupado; – Só está ocupado; – Não estuda e não está ocupado.
Considerando a média trimestral, no ano passado, ou seja, em 2022, Goiás tinha 18,3% de jovens fora do mercado e fora da escola. No Brasil, a média era de 21,9%
A média de 2022, registre-se, é a menor na série histórica, desde 2012. A maior média na referida série ocorreu em 2020, quando atingiu 24,4%. O mesmo fenômeno ocorrendo no Brasil, que teve média de 27,6%.
Os pesquisadores do IMB apontam que esse aumento ocorrido em 2020, provavelmente, é um da crise econômica desencadeada pela pandemia da Covid-19.
Em toda a série histórica, o Estado apresenta um percentual inferior à média nacional.
O levantamento mostra que Santa Catarina é a unidade da federação com menor percentual de jovens “nem-nem”: 11,0%. Na outra ponta está o Acre, que tem um percentual de 31,6% de jovens que não trabalham e não estudam.
No ranking, Goiás está atrás dos estados do Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Considerações
O relatório do IMB registra que o fenômeno dos jovens que não estudam e não trabalham “gera custos econômicos não negligenciáveis, que vão desde o desemprego ou menores perspectivas de renda e ascensão econômica aos próprios jovens, até a perda de produtividade e menor crescimento para a economia como um todo. Portanto, é importante lançar luz a esse tema, investigando suas causas e soluções”.
O relatório traz ainda que a adoção, por parta do governo estadual, de políticas públicas voltadas aos jovens, podem ter contribuído para a queda do indicador e, assim, ter atingido seus objetivos de redução da evasão escolar e maior inserção dos jovens no mercado de trabalho.
E, destaca também que ter um “diagnóstico” dos jovens “nem-nem” é de fundamental importância para dar suporte ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a solução do problema.