O ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, prestou depoimento nesta terça-feira (10/6), no Supremo Tribunal Federal- STF, no âmbito da Ação Penal 2668, que apura tentativa de golpe de estado.
O depoimento durou mais de duas horas e foi marcado por momentos de tensão e, também de descontração.
Esse momento de descontração ocorreu quando Bolsonaro perguntou ao ministro Alexandre Moraes, relator do processo, se poderia fazer uma “brincadeira”.
Moraes consentiu, dizendo: “O senhor que sabe. Eu perguntaria aos seus advogados”, respondeu, também em tom de brincadeira.
“Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026”, disse Bolsonaro. Moraes, de imediato, deu a resposta: “Eu declino”.
Houve risos e o depoimento seguiu. Nele Bolsonaro afirmou por várias vezes: “sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”.
O ex-presidente refutou a tese de construção de um golpe de Estado. Segundo ele, também não estimulou ninguém do governo ou apoiadores a fazer esse movimento atentatório contra a democracia.
Ainda no depoimento, Bolsonaro negou ter escrito ou revisado uma minuta tratando de golpe e, sobre o documento intitulado de “Punhal Verde Amarelo”, que conforme divulgado previa medidas atentatórias à vida de autoridades, o ex-presidente disse que não tomou conhecimento e que se tivesse conhecimento “teria rechaçado e tomado providências imediatas”.
Ainda no depoimento, Bolsonaro negou envolvimento ou incitamento aos ataques às sedes dos poderes, no conhecido 8/1. Ele disse que se encontrava fora do país. “Fizeram o que não podia ser feito”, frisou, acrescentando que as pessoas que lá não tinham uma liderança e uma programação e, assim, concluiu que elas “não sabiam o que estavam fazendo”.
Várias outras questões levantadas na denúncia da Procuradoria Geral da República foram levantadas no depoimento de Bolsonaro, que teve além do ministro-relator, Alexandre Moraes, o ministro Luiz Fux; o procurador Paulo Gonet e a defesa dos demais envolvidos nessa fase do processo.
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