Um raio-x da educação na rede municipal em Anápolis. Grandes desafios!

Claudius Brito- A volta às aulas na rede municipal, em Anápolis, foi alvo de discussões e polêmicas por conta de uma pequena prorrogação no calendário. A previsão da volta seria na quinta-feira, 23/01, mas foi prorrogada para a próxima segunda-feira (27).

Isso se deu em razão da necessidade de a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, realizar uma força-tarefa para a implementação de mil novas vagas no sistema, assim como a entrega de kits escolares e uniformes, com entrega também a se iniciar na segunda ou terça-feira (essa data ainda será oficializada).

Além do que, conforme anunciado pelo prefeito, a equipe de cuidadores será reforçada com 300 contratados e a abertura de oportunidades dentro do cadastro de reserva de professores.

Os desafios na área educacional em Anápolis, de fato, não são pequenos. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram isso.

O levantamento mais recente no painel do Inep tem dados consolidados de 2014 a 2023. Só para se ter uma ideia, na rede municipal, em 2023, tinha-se 33.419 matriculados, sendo 33.367 no ensino regular e 52 na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

No ensino regular, a distribuição das matrículas no ano-base de 2023, se distribuíram da seguinte forma: – Educação Infantil- 8.207 (24,56%), sendo 2.606 (7,80%) em CMEIs/Creches e 5.601 (16,76%) na Pré-escola.; no ensino fundamental (anos iniciais) – 20.226 (60,52%); – ensino fundamental (anos finais) – 4.934 (14,76%).

Obviamente que de 2023 para 2024/2024, os números devem ter se alterado, mas a estatística reflete que não é um desafio pequeno cuidar de 33.419 crianças e adolescentes. É um contingente maior que vários municípios goianos.

O gráfico da evolução de matrículas na rede municipal, de 2014 a 2023 é um gráfico bem uniforme, sem muitas discrepâncias. O maior número de matrículas, na base de dados do Inep, ocorreu em 2022 (34.615) e o menor em 2015 (31.991).

Outros recortes

Predominantemente, o número de matrículas está na zona urbana (32.226- 96,43%). Na zona rural, o registro foi de 1.193 matrículas (3,57%).

Do total de matriculados na rede municipal em 2023, 17.358 (51,9%) eram do sexo masculino e 16.061 (48,1) do sexo feminino.

O número maior de matriculados, considerando a faixa etária, foi de 6 a 10 anos de idade, com total de 19.465 (58,24%).

O indicador por cor/raça aponta que no ano base da pesquisa, 67,4% dos matriculados declararam ter cor preta/parda; 32,3% cor branca; 28,66%, não declarada; 0,3%, outra.

Consta ainda no levantamento, um total de 1.400 matrículas da educação especial na educação básica da rede municipal. Lá no início da série, em 2014, o número era de apenas 652. Portanto, uma variação de 2014 a 2023 de 114,72%. OU seja, mais que dobrou.

O quadro de docentes também é retratado na pesquisa. No ano de 2023, o número de docentes na rede. No ano base, ou seja, em 2023, o número era de 1.207, com a seguinte distribuição: ensino fundamental, anos iniciais- 713; ensino fundamental anos finais- 226; educação infantil- 423 e EJA- 4.

Com 98% do total com nível superior de escolaridade, sendo 949 (78,6%) com pós-graduação.

No ano de 2023, na educação básica, havia 97 unidades de ensino na rede municipal. Número maior que o da rede privada (92) e da rede estadual (42)

Maior parte das escolas municipais (46), tinha entre 201 e 500 matriculados; 28 entre 51 e 200 alunos e em 23, entre 501 e 1000 alunos.

Nas escolas municipais, 56,7% contam com biblioteca/sala de leitura. A taxa de aprovação no ensino fundamental, anos iniciais era de 97,2%.

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