Claudius Brito – A partir de primeiro de janeiro de 2025, Anápolis terá um novo comando político-administrativo. Márcio Corrêa e Valter Vosgrau, prefeito e vice, terão a responsabilidade de governar para os mais de 400 mil anapolinos, independentemente da quantidade de votos recebidos.
Não se governa pela metade, mas para todos, com respaldo da democracia onde a vontade da maioria é soberana.
Desafios não vão faltar na trilha de quatro anos a ser percorrida pelos novos gestores. Ressalte-se que vice, hoje, não é mais figura decorativa de governo. Vice é parte e deve ser atuante. Más escolhas de vice podem acarretar prejuízo à sociedade (leia-se o caso de Goiânia).
Mas, claro, quem carrega a caneta no bolso e tem a palavra final, tem o ônus mas tem também o bônus pelas ações e decisões.
Já se falou muito que o município terá prioridade nas áreas da saúde e da educação. E é bom que seja assim, pois são esses os dois setores mais “sensíveis” em qualquer administração.
São áreas onde os recursos não podem faltar; onde decisões importantes são tomadas que vão impactar a vida da maioria da população ou grande parte dela.
Portanto, é imperioso que de fato, educação e saúde sejam colocados em um primeiro plano.
Outras prioridades
Isso não quer dizer, entretanto, que não se possa ter outras prioridades. E, no caso de Anápolis, tem prioridade para a infraestrutura urbana (enfrentamento dos alagamentos e da estrutura precária da canalização do saneamento na região central); tem prioridade na mobilidade urbana, em especial, na questão do trânsito.
Tem, ainda, prioridade na segurança, na área social, na cultura, no esporte.
E, não menos importante do que todas as outras, a prioridade para a economia. Anápolis é uma cidade que nasceu vocacionada aos negócios, desde antes de se tornar cidade, quando era um pequeno povoado que recebia tropeiros em busca de ouro de outras redondezas.
O município já chegou, poucos sabem, a ser produtor de café. Foi, também, referência no beneficiamento de arroz e produtor de leite. Além de sediar uma indústria ceramista que deu suporte à implantação de duas capitais- Goiânia e Brasília.
Não foi por acaso que a cidade recebeu, em 1952, a primeira unidade em Goiás do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que deu suporte ao setor metal-mecânico e bem mais adiante, também a implantação de uma montadora de veículos, a CAOA, que hoje trabalha com duas bandeiras internacionais das marcas sul-coreana Hyundai e a chinesa, Chery.
Anápolis foi a primeira cidade no Centro-Oeste a ter uma Estação Aduaneira Interior (Porto Seco) e largou na frente com o polo farmacêutico, pouco depois da entrada em vigor da Lei dos Genéricos, em 1999, que trouxe mudanças significativas ao mercado de produção de medicamentos no país.
A cidade também possui um comércio atacadista e varejista forte e também tradicional, como parte dessa história que vem lá do passado e que se fortaleceu com a passagem do tempo.
Ferramentas de incentivo
Obviamente que o município não possui um arsenal muito grande de ferramentas de incentivo a investimentos, mas pode buscar essas ferramentas através de parcerias com os governos estadual e federal.
No caso da indústria, por exemplo, a exemplo do que já aconteceu no passado, estabelecer parceria visando fortalecer as exportações. No caso do comércio atacadista, o aproveitamento do projeto do Politec para abrigar o setor e as empresas da área de logística, pode também ser uma ferramenta.
A futura Administração pode ainda lançar um olhar sobre a revitalização do comércio na área central e apoiar o setor de serviço, esse sim, com benefícios fiscais próprios.
Fato é que as políticas de geração de emprego e renda, que resultam em aumento de divisas, são importantes para qualquer gestão pública e, pelo perfil empreendedor que tem, certamente, Márcio Corrêa deve sim traçar um caminho para colocar Anápolis nos trilhos do progresso.
Claro que isso não acontece do dia para a noite, mas para tudo deve se ter um começo.
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