Por Claudius Brito – A abstenção nas eleições municipais em Anápolis foi alta no primeiro turno e, ainda, aumentou no segundo turno. Mais de 100 mil eleitores ausentes. Fato que, no mínimo, merece reflexão dos políticos, dos partidos e da sociedade. Por outro lado, já se tem no horizonte uma nova eleição, em 2026. E bota eleição nisso: Presidente, Governador (a), Senador (a), Deputado (a) Federal e Estadual. E tem nome forte já no pedaço.
Como explicar?
O resultado do segundo turno da eleição de Prefeito, em Anápolis, deixou uma grande interrogação sobre o comportamento daqueles eleitores que se abstiveram de votar (100.195- 34,24%); os que anularam o voto (6.847- 3,56%) e os que votaram em branco (4.173- 2,17%) Somando tudo, são 111.215 votos (39,97%).
É mais que o vencedor da eleição, Márcio Corrêa (PL) obteve (106.263).
Diga-se de passagem, isso não tira dele, de forma alguma, a sua representatividade. Muito pelo contrário, nominalmente, foi a maior votação para o cargo na história das eleições municipais locais.
O que intriga é a motivação para esse afastamento em massa dos eleitores.
É uma pauta para reflexão dos políticos, dos partidos e da sociedade em geral.
Apressados
O que já tem de especulação em torno da formação do secretariado do prefeito eleito Márcio Corrêa é uma coisa gigantesca. Nome pra lá, nome pra cá.
Mas, no momento, o próprio Márcio não revelou nenhum nome e não faria isso, já que ainda há pela frente uma outra missão não menos importante, que é a transição da gestão de Roberto Naves (Republicanos) para a sua.
Obviamente que isso não é um impeditivo para que, caso queira, possa divulgar um ou mais nomes.
O que acontece é que isso tiraria o foco da transição, que é um processo importante e necessário antes da posse. Na política, para tudo tem a hora certa.
Do jeito quer a banda toca!
Mão estendida
O deputado estadual e ex-candidato à Prefeitura de Anápolis, Antônio Gomide (PT), gravou um vídeo e publicou em suas redes sociais para agradecer as mensagens que recebeu desde o último domingo (27), após o resultado do pleito.
“Foram milhares de mensagens carinhosas que reforçam nossa certeza de um belo legado construído. Realizamos uma caminhada verdadeira por uma Anápolis melhor, e assim continuaremos, juntos!”, disse ele na publicação.
E, ainda, afiançou que como deputado continua com o compromisso de “trabalhar e colaborar com as melhorias que a nossa cidade merece”.
Uma mensagem que pode ser traduzida em uma mão estendida a Márcio Corrêa (PL). Obviamente que, como oposição, Gomide fará suas cobranças, mas certamente, deve manter a postura republicana.
A cidade é que ganha com isso.
Uma e, depois, outra
Terminou uma eleição e já se começa a vislumbrar os horizontes de outra. A próxima será em 2026, para eleger Presidente, Senador (a), Governador (a), Deputado (a) Federal e Deputado (a) Estadual.
Mas, ano que vem deve ser tranquilo, pelo menos até o final do ano, quando a movimentação deve avançar. Na eleição que vem, a cereja do bolo devem ser as duas vagas do Senado da República.
No caso de Anápolis, importante também é manter a representatividade que tem (ao menos numericamente) hoje, com quatro deputados.
Na Câmara Federal, seria interessante, ao menos, duas cadeiras. E se tiver candidato a governador, melhor, ainda.
Para Presidente, Ronaldo Caiado, que é um anapolino, pode colocar seu nome na disputa. Ele já vem trabalhando para construir esse objetivo.
Nome forte
Em entrevista coletiva à imprensa, quando anunciou os nomes para a transição de governo, o prefeito Roberto Naves (Republicanos) antecipou seu projeto político futuro (próximo).
Depois de deixar o comando administrativo do terceiro maior colégio eleitoral de Goiás, Roberto vai começar a trabalhar no projeto político de conquistar uma cadeira na Câmara Federal, onde se eleito ele pretende continuar ajudando a cidade.
É, sem dúvida, um nome forte para concorrer ao cargo.
E, certamente, ele terá candidato do PT também buscando votos dos anapolinos.
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- O raio-x das eleições municipais, no Brasil, mostra que os partidos que mais elegeram prefeitos no pleito deste ano, foram: PSD (891), MDB (864), PP (752), União Brasil (591), PL (517), Republicanos (440), PSB (312), PSDB (276), PT (252). Outros (674).
- Em Goiás, o União Brasil foi o partido que mais elegeu prefeitos: 94. O MDB venceu em 47 municípios. O PL fez 27 prefeitos e o PP, 26.
- Remédio amargo. O prefeito eleito Márcio Corrêa já terá pela frente uma dura missão, assim que assumir a Prefeitura. Como ele mesmo já informou em entrevista à imprensa, será preciso reduzir o número de cargos comissionados.
- De olho: 5 de novembro é o último dia para as candidatas, os candidatos e os partidos políticos encaminharem à Justiça Eleitoral, as prestações de contas referentes ao primeiro turno da eleição.
- Segundo o calendário eleitoral, o prazo para diplomação dos eleitos- em primeiro e segundo turno, aos cargos de Prefeito (a) e Vereador (a), vai até dia 19 de dezembro.
- Geralmente, a solenidade de diplomação ocorre dia 18 ou 18 de dezembro, uma vez que a Justiça Eleitoral tem até o dia 16 de dezembro para publicar atos referente ao julgamento de contas dos candidatos e candidatas.