Números revelam o “fenômeno” das abstenções em Anápolis em quatro eleições

Claudius Brito- Os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trazem uma realidade, no mínimo, inquietante, sobre o não comparecimento de eleitores às urnas em Anápolis, terceiro maior colégio eleitoral de Goiás.

Inquietante porque a eleição é um momento importante para a cidadania e a democracia e o elevado e crescente número de abstenções no município é algo que precisa cair no radar dos agentes políticos, dos partidos e da sociedade em geral.

O CONTEXTO realizou um amplo levantamento, com os dados oficiais do TSE, das quatro últimas eleições no município de Anápolis: 2012, 2016, 2020 e 2024 (1º turno).

Lá em 2012, o município contava com 241.611 eleitores aptos. Naquela eleição, 201.065 (83,22%) compareceram para votar e 40.546 (16,78%) não compareceram às urnas.

Na eleição seguinte, de 2016, o registro assinalava 260.567 eleitores aptos. Compareceram para votar 210.780 (80,89%). 49.787 (19,11%) se abstiveram de votar.

Em 2020, o total de aptos subiu para 269.556. O comparecimento na época foi de 194.919 (79,31%). Porém, 74.637 eleitores (27,69%) dos eleitores anapolinos não foram às urnas.

Agora, em 2024, o número de eleitores aptos subiu para 292.637. Desse total, 208.637 (71,29%) votam e 84.023 (28,71%) não votaram por alguma razão. A abstenção foi recorde. Um recorde ruim e sem motivo de comemoração.

Comparação

O levantamento buscou fazer dois comparativos: o primeiro com cruzamento de dados de 2012 e 2024 e o segundo, com os dados de 2020 e 2024. A primeira e a últimas eleições na série e a antepenúltima e última eleição.

No primeiro cenário, em 2012, Anápolis tinha 241.611 eleitores aptos, passando para 292.660 em 2024, com incremento, no período, de 51.049 eleitores. Um crescimento de 21,13%.

O comparecimento (2012-2024) passou de 201.065 para 208.637. Nominalmente, 7.572 a mais e um incremento de 3,76%. Por outro lado, as abstenções dispararam de 40.546 para 84.023, com um número de 43.477 faltantes na comparação, com alta de 107,23%.

Ou seja, de 2012 para 2024, as abstenções em Anápolis dobraram.

No segundo cenário, ou seja, comparando os dados das eleições de 202º0 com os dados desse ano, tem-se que o número der eleitores aptos passou de 269.556 para 292.660, com incremento de 8,57%, com aumento de 23.104 eleitores.

O comparecimento passou de 194.919 para 208.637, com alta de 7,04%, ou seja, 13.718 eleitores a mais na comparação.

O não comparecimento subiu de 74.637 para 84.023. Um total de 9.386 eleitores faltosos a mais na comparação e uma alta de 12,57%.

Percentualmente, o crescimento das abstenções foi bem superior ao comparecimento, nessa análise.

Brasil e Goiás

Por fim, os números oficiais do TSE permitem ainda uma comparação das abstenções nas quatro eleições no Brasil, em Goiás e em Anápolis.

Nas eleições municipais de 2012, no Brasil, a abstenção registrou média de 16,41% e, em Goiás, de 14,33%. Em Anápolis, ficou em 16,78%

No pleito de 2016, a abstenção no país foi de 17,58% em média e, em Goiás, na casa de 15,75%. Já em Anápolis, foi de 19,11%.

Nas eleições de 2020, o Brasil registrou abstenção de 23,15%. Goiás ficou com percentual de 23,38%. Anápolis foi para 27,69%. Finalmente agora, em 2024, os dados são: Brasil (21,68%), Goiás (23,39%) e Anápolis (28,71%).

Por aqui, portanto, nas quatro eleições, o percentual de abstenção ficou acima das médias estadual e nacional.

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