Por Nilton Pereira/ Vander Lúcio Barbosa – Há 76 anos (no dia 21 de agosto de 1948) foi inaugurado, em Anápolis, o primeiro loteamento planejado no Município.
Inicialmente, para abrigar a cerca de mil famílias (e agregados) de trabalhadores da primeira fábrica de tecidos de Goiás, a “Companhia Goiana de Fiação e Tecelagem de Algodão”, que começou a funcionar, oficialmente, no dia 21 de julho de 1951, numa iniciativa da família Pina.
De lá para cá, a Jaiara nunca parou de crescer e, hoje, indiscutivelmente, é o maior aglomerado urbano de Anápolis e um dos maiores do Brasil Central.
Estima-se que residam, hoje, no que se convencionou denominar “Grande Jaiara”, uma população que ficaria entre 120 e 150 mil moradores, maior do que as populações da maioria das cidades do Estado.
É que, em torno do núcleo Jaiara, gravitam quase duas dezenas de outros bairros, umbilicalmente ligados a ela.
São setores como Nova Vila; Harmonia; Adriana I, Adriana II; Jandaia; Dom Felipe; Itamaraty I, II, III e IV; Dom Emanuel e Mônica Braga, dentre outros, cuja maioria dos moradores usufrui do que a Jaiara oferece.
Fatos históricos
Ao contrário do que muita gente pensava (e, ainda, pensa) que se trata de um nome indígena (Tupi Guarany) na verdade é a junção de sílabas dos nomes dos dois filhos do engenheiro agrônomo Luiz Caiado de Godoy, que projetou o loteamento: Jairo e Yara.
A história de Anápolis revela que, com o crescimento socioeconômico da Jaiara, cresceu, também, sua importância logística.
O bairro era, naturalmente, a porta de entrada para o Vale do São Patrício, com o surgimento da colônia Agrícola de Ceres (hoje municípios de Ceres e Rialma) projeto comandado pelo Engenheiro Bernardo Sayão. E, para o, então, Médio Norte Goiano.
Foi quando se despertou o interesse comercial, com a abertura do primeiro posto de gasolina do setor (Posto Texaco), vindo, posteriormente, armazéns gerais; selarias; atacadistas; oficinas, lojas de tecidos, ferrarias e outros estabelecimentos.
Vicunha
A empresa têxtil, também, evoluiu e aumentou seu operariado. Depois ela foi vendida a outro grupo, passando a denominar-se Anatex e, anos após, Vicunha, quando a Jaiara experimentou seu mais importante ciclo de crescimento.
Nos anos 80, entretanto, a Vicunha foi desativada, o que provocou um grande baque na economia da Vila Jaiara e setores adjacentes. Entretanto, a região resistiu e, hoje, é ocupada por grandes, médios e pequenos projetos econômicos que substituíram, muito bem, a proposta original do setor, no que se refere à economia anterior.
Com isso, a “Grande Jaiara” é vista como o mais importante conglomerado de bairros (disputa com os conglomerados ancorados pelos setores Bairro de Lourdes, Vivian Parque e Recanto do Sol) de Anápolis e participa, ativamente, da força econômica do Município.
O que oferece
As pequenas casas de operários pioneiros da Vila Jaiara cederam lugar a imponentes edifícios. São vários condomínios verticais e horizontais, onde residem milhares de pessoas. Sem contar outros em plena edificação e que serão disponibilizados em curto espaço de tempo.
De igual forma, a Jaiara conta, hoje, com mais de uma dezena de escolas públicas (estaduais e municipais), muitas particularidades, além de uma grande faculdade e outros projetos educacionais.
Na “Grande Jaiara” funcionam grandes supermercados, um sem-número de pequenos e médios, comércios, além de agências bancárias, médias e pequenas indústrias, dezena de empresas prestacionais de serviços, quatro postos de combustíveis e um dos maiores shoppings da Cidade (Jaiara Shopping), com várias lojas de bandeiras consagradas nacionalmente.
É na Jaiara que fica, também, o principal núcleo do Serviço Social da Indústria (SESI), o Centro de Atividades Sociais “Branca de Lima Porto”, um dos maiores do Centro Oeste.
Parque
Também constam da paisagem urbanística da “Grande Jaiara” o Parque da Reboleira, um dos maiores em Anápolis; grandes avenidas em pista dupla (a principal, Avenida Fernando Costa, é a veia econômica do setor); dezenas de igrejas de diferentes credos; clubes de lazer; ginásios e campos de futebol, muitas clínicas odontológicas e de outros serviços de saúde, assim como uma infinidade de outros serviços.
Há quem diga que a “Grande Jaiara” seja quase que independente de Anápolis, tem vida própria e, ainda, é fator gerador de tributos, mão de obra e serviços para grande parte da população anapolina.
Todavia, mesmo com esta evolução toda, ainda é possível deparar-se com alguns traços arquitetônicos e vestígios da “vila que virou cidade”.
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Jaiara, ontem e hoje em imagens…