Por Claudius Brito- No dia 30 de junho de 1944, há 78 anos, os primeiros 5 mil integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), embarcavam no navio “USS General W. A. Mann”, da Marinha Brasileira, com destino à Itália.
Porém, só no dia 2 de julho a embarcação partia rumo a Nápolis, na Itália, aonde chegou 15 dias depois. A missão: lutar com os aliados contra as potências do chamado Eixo, liderado pela Alemanha.
A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi bastante expressiva. O país mandou para a Europa, mais de 25 mil homens e mulheres da Força Expedicionária Brasileira, criada no dia 9 de agosto de 1943 pela Portaria Ministerial nº 4.744, logo após o Brasil declarar a sua entrada no conflito.
A declaração, aliás, foi uma resposta aos ataques do Eixo a embarcações brasileiras. Somente em agosto de 1942, mais de 600 brasileiros morreram nos 5 navios torpedeados pelo submarino alemão U-507.
Era esse o cenário sombrio que se colocava adiante do país e, sobretudo, para os integrantes do Exército.
A FEB era composta por brasileiros de várias localidades. Dentre eles, estavam 46 pracinhas de Anápolis e de Corumbá de Goiás.
Muitos desses bravos anapolinos estiveram, literalmente, na linha de frente ou, no front da guerra. Lutaram contra as linhas inimigas e, também, contra o rigoroso inverno europeu.
Foram vários os feitos da FEB nos campos de batalhas da Itália. No dia 14 de abril de 1945, a FEB iniciava um dos mais árduos combates travados pelos brasileiros contra os nazistas: a Batalha de Montese.
“A vitória e a consequente retomada da região do Rio Panaro foi fundamental para que os aliados conseguissem vencer a guerra. Por isso, a atuação dos pracinhas foi enaltecida pelos comandantes aliados”, destaca a rede social da FEB.
Em 25 de abril, a Itália foi libertada do regime nazifascista, com a participação efetiva dos brasileiros que lá estavam. Nessa data, os italianos celebram o “Dia da Libertação”.
Seguiram-se outras conquistas: Monte Castelo, Castelnuovo, Formigene, entre outras.
Bala traiçoeira
Entre os 46 anapolinos que integravam a FEB, estava o Tenente O´Dwyer, mais conhecido por aqui como Capitão Waldyr O´Dwyer.
No livro: “Waldyr O´Dwyer- O perfil de um vencedor”, de José Joaquim de Almeida e Silva (2003), há uma passagem interessante, que mostra o quão dura era a realidade no front.
“Vez por outra, pequenos focos de resistência ainda surpreendiam a tropa e, numa delas, ao se aproximarem de Guinazzo, o pelotão comandado pelo Ten. O´Dwyer foi recebido com uma saraivada de balas que os obrigou se jogarem no chão ouvirem os primeiros tiros”, destaca o livro.
E continua: “Desta feita, talvez o nervosismo do atirador ou sua péssima pontaria, quem sabe, tenha salvado a vida do Tem. O´Dwyer que, entretanto, ficou com sua farda perfurada, à altura do peito, por uma bala traiçoeira”.
O livro narra que em 29 de abril de 1945, não havia mais nenhum foco de resistência em solo italiano. Assim, em 2 de maio, com a rendição do inimigo, o General Mascarenhas de Morais proclamava a vitória da FEB em solo europeu, seis dias antes da grande vitória dos aliados e da rendição total alemã.
No dia 18 de julho de 1945, o Primeiro Escalão da FEB desembarcou no Rio de Janeiro. Na Avenida Rio Branco, os pracinhas fizeram um desfile histórico e triunfal, para um público, na época, estimado em cerca de 50 mil pessoas.
No dia 1º de janeiro de 1946, a Força Expedicionária Brasileira foi extinta. Mas os seus feitos ficaram. E, também, o reconhecimento dos brasileiros e brasileiros, com os aguerridos anapolinos, que escreveram seus nomes nessa parte da história do Brasil.
Praça do expedicionário
Em Anápolis, a Praça do Expedicionário tem o busto de um soldado, simbolizando os combatentes brasileiros na Itália e uma placa com os nomes dos 46 pracinhas anapolinos integrantes da FEB.
A praça foi revitalizada através de um projeto da Associação Comercial e Industrial de Anápolis e entregue no dia 12 de julho de 2018, evento que também celebrou os 102 anos de vida do Capitão Waldyr O´Dwyer. Ele faleceu no dia 27 de abril de 2019.
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