Dia Mundial da Água: Anápolis tem desafios, porém, boas razões para comemorar

Por Claudius Brito- Nesta sexta-feira, 22 de março, celebra o Dia Mundial da Água. Aquilo que todos já sabem, mas é preciso exercitar: é preciso valorizar esse recurso natural, fonte de vida animal e vegetal. Água que é, também, um elemento de valor até cultural.

Anápolis tem muito a avançar, mas tem também muito a comemorar em relação à questão da água.

De início, é preciso lembrar que a história da cidade tem como um dos seus componentes o Ribeirão das Antas, que deu nome ao povoado lá nos seus primórdios.

Ainda, considera-se o fato de o município ser considerado um “berço de águas”, com diversos ribeirões e córregos que cortam a região, como o próprio Antas, o João Leite (que é fundamental para o abastecimento de Goiânia); o Piancó (que é responsável por abastecer quase 90% de Anápolis); o Caldas (que abastece as indústrias do DAIA e alguns bairros na região Sul); o Catingueiro.

Enfim, a lista é extensa e sem contar ainda com diversas nascentes.

Esse cenário fez com que Anápolis adotasse uma política preservacionista, buscando o equilíbrio, ou seja, a sustentabilidade para o uso desses recursos em consonância com o desenvolvimento local.

Dentro desse contexto, foi criado o Pró-Água, que hoje não é apenas um simples projeto, mas é uma política pública consagrada em lei e que deu à cidade vários prêmios ambientais e reconhecimento nacional e internacional.

Temos problemas? Sim, esse é o desafio, porque ainda temos muito a fazer nessa área.

Solução da Natureza

Jardim de Chuva: Solução da Natureza

Agora recentemente, Anápolis está buscando solução ao problema dos alagamentos na região central, diga-se de passagem, problema que vem de longa data agravado por situações diversas como, por exemplo, o desmatamento da vegetação próxima dos mananciais e, sobretudo, a impermeabilização do solo.

As obras de engenharia para solucionar problemas como este são, via de regra, muito onerosas, complexas e levam tempo para se consolidarem.

Assim, a cidade busca agora um caminho diferente, através do Plano de Macrodrenagem Urbana, que tem na sua concepção as Soluções Baseadas na Natureza (SbN).

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Não há invenção da roda, as técnicas de SbN são conhecidas e utilizadas em várias cidades, estados e países.

Por aqui, esse trabalho começou e ganhou projeção nacional, inclusive, com os chamados Jardins de Chuva.

Mas, as SbN possuem uma série de outras técnicas, como Vale de Infiltração (Swale); Bacia de Retenção (com ou sem poço de infiltração) ou Bacia de Contenção (alagado construído ou Wetland); Trincheira de Infiltração; Poço de Infiltração e Poço de Escoamento; Espaços públicos, parques, passeios e calçadas drenantes.

Olha o que é mais interessante: a mesma água que alaga é a água que se busca para a solução do problema. Fazendo o manejo dela da forma correta, a água vai voltar ao lençol freático e vai continuar fazendo o papel que lhe cabe na natureza.

Jardim Botânico

Jardim Botânico: cartão postal e “Escola Ambiental”

Ainda recentemente, foi inaugurado em Anápolis o Jardim Botânico, onde funcionava o antigo Clube Ipiranga. Ali, a rica vegetação e também os mananciais de água foram conservados.

O local que estava abandonado, foi revitalizado e entregue à população, compondo um grande complexo de lazer e ambiental junto ao Parque das Águas e Parque Ipiranga.

Além disso, o Jardim Botânico transformou numa espécie de grande sala de aula aberta, onde crianças e adolescentes vão conhecer de perto toda riqueza que a natureza nos oferece e não nos cobra nada, além de cuidarmos dela.

Então, cuidemos da água! Cuidemos da vida!

Central Parque Onofre Quinan, com represamento do Ribeirão Antas