Os Assis, uma viagem de histórias

Tem coisas na vida que a gente não esquece. Amizades, por exemplo! Momentos vividos, compartilhados; passagens de um determinado momento de nossa vida e do livro de nossa história.

A lista desses momentos é grande. Por isso, melhor, não delongar muito.

Mas, vamos a uma lembrança dos tempos de Uberaba.

Lá naqueles tempos, não muito distante (para não dizer que são velhos tempos) tínhamos o costume de tratar uns outros pelo apelido. Mas, na nossa República no Becão, lá no Morro da Onça, teve uma época em que adotamos o apelido comum de Assis. Todo mundo era Assis.

Sabe-se lá de onde surgiu isso. Mas, pegou!

E bota história desses Assis lá do Becão…!

Uma delas reservo aqui com o Assis Marcelo. Ele tinha um Fiat Uno (top da época), batizado de “Botina”. Assis Marcelo cursava Direito e eu Jornalismo. Ambos fomos parar no Becão através do Assis Udson, que era de Gurupi.

Nos últimos anos da faculdade, como os horários coincidiam, ia de carona no Fiat do Assis Marcelo. Era todo incrementado, com som, rodas de liga leve e tudo mais. De vez em quando, mais cedo, tinha uma parada no boteco. Tinha um que era bem interessante, pois servia espetos de picanha. Era chegar e reservar um e o pessoal servia sem esfriar, com uma cerva gelada.

A gente estudava também, diga-se de passagem!

Mas, um belo dia, o amigo Assis Marcelo formou e eu, também. Assis Udson teve uma pausa no curso para projetos políticos. Formou-se mais adiante.

De forma que era hora de deixar para trás o Becão. Hora de deixar Uberaba, a cidade que tão bem nos acolheu, onde o destino cruzou nossas vidas e vivências.

Não tive a formatura dos meus sonhos, devido ao falecimento de uma pessoa da família.

Mas, então, chegou a hora de ir embora. Fizemos as malas, deixamos para trás a geladeira preta do Becão, onde alguns de nós costumava subir em cima para recitar poesias.

Contudo, não ficou muita coisa para trás e eu e o Assis Marcelo, de volta às “origens”, viemos no Botina, de Minas para Goiás.

Assis estava apaixonado e, dos cerca de 600 quilômetros percorridos, uns 580 quilômetros ele tocou “Baby Can I Hold You”, de uma cantora chamada Tracy Chapman.

Saindo de Uberaba, olhei para trás e disse a mim mesmo: “Que bom foi estar aqui, mas o destino não é apenas eu que faço”.

Não sei por que, faço analogia de tudo àquela música.

Ouvimos a estada inteira. Nos divertimos, passamos por Pires do Rio, um churrasquinho e uma dose de branquinha que lá era famosa.

Leia ainda: Anápolis fechou 2023 com quase 5 mil empregos formais de saldo

Seguimos com nosso roteiro…ainda não paramos, acredito! porque muita coisa se seguiu embalada nos sonhos. Muita coisa ficou no caminho.

Contudo, cada um de nós, Assis, seguiu uma estrada diferente.

Porém, uma coisa é certa: valeu a música, a viagem, as histórias e, sobretudo, o que de bom ficou no caminho. E o mais importante, as amizades que perduram independente de distância.