O impacto do conflito entre Rússia e Ucrânia nos custos de produção e na balança comercial nacional e goiana foi o assunto predominante na primeira reunião do ano do Conselho Temático de Comércio Exterior (CTComex) da Fieg, dia 24/02 último.
O encontro, realizado em ambiente on-line, também oficializou a posse do empresário William O’Dwyer na liderança do conselho no lugar de Emílio Bittar, que se licenciou do cargo por causa de compromissos empresariais.
“A guerra e a política trazem incertezas ao mundo e ao Brasil. De imediato, já percebemos um aumento significativo no petróleo. A Rússia é grande produtora de gás e petróleo, o que afeta a segurança energética de toda a Europa”, avaliou o diretor de operações do Grupo Porto Seco, Everaldo Fiatkoski, que apresentou análise sobre a corrente de comércio exterior durante o período da pandemia e as perspectivas do setor diante da atual conjuntura.
“Percebemos uma forte recuperação econômica mundial após cinco meses das restrições sanitárias impostas, diferentemente do que ocorreu em outros momentos de recessão. Mesmo no Brasil, apesar de ainda não termos números consistentes de crescimento, percebemos essa retomada. O desafio agora é avaliar como a balança comercial brasileira vai se comportar diante de um movimento de desvalorização do câmbio. É fundamental assegurar competitividade para quem produz no Brasil. Se o dólar continuar caindo, teremos uma grande mudança na matriz do comércio internacional do País”, explicou Fiatkoski.
Cenário incerto
O coordenador técnico da Fieg, Marcelo Ladvocat, acompanhou as discussões e pontuou que, considerando o conflito no Leste Europeu, o cenário internacional é totalmente incerto quanto ao tráfego de mercadorias. “Definitivamente, estamos num momento de parada total! A questão é bastante incerta, mas não creio que seja de longo prazo e com envolvimento de outras nações no conflito, aprofundando a crise entre Rússia e Ucrânia. De qualquer forma, o tráfego aéreo já é impactado fortemente, o que desdobra no câmbio”, analisou o economista.
A conselheira Solange da Mata Neves, da empresa LAXL Trade, observou que a China também passa por crise energética, com racionamento do insumo para o setor produtivo e população, com desdobramentos já percebidos para as indústrias goianas, inclusive com atraso nas entregas de mercadorias e insumos, o que pode ser aprofundado com o conflito na Europa, sobretudo pela Rússia ter expressivas reservas energéticas.
Missões e feiras
O encontro do CTComex foi marcado também pela apresentação do cronograma de missões empresariais que serão lideradas pela Fieg em 2022.
A programação foi apresentada pelo superintendente Igor Montenegro e contempla dez feiras setoriais e multissetoriais, voltadas à inovação e negócios.
“Consideramos todas as demandas recebidas das empresas e buscamos eventos com efetividade para os negócios goianos”, afirmou.
Dentre as feiras confirmadas estão a de Hannover, na Alemanha, voltada ao segmento metalúrgico, mecânico e elétrico, e a Batimat, na França, dedicada à construção civil; além de participação no evento Web Summit, na área de tecnologia, em Portugal, e a missão Power Tech, à Israel, para conhecer processos inovativos.
Somam-se ainda outras cinco feiras setoriais e uma multissetorial, na China, ainda em processo de confirmação.
Para o presidente do CTComex, William O’Dwyer, a vasta programação beneficia diversos setores industriais e dá a dimensão do compromisso da Fieg com a internacionalização dos negócios goianos.
“É uma oportunidade ímpar para o empresário que quer expandir, conquistar novos mercados e mostrar o produto made in Goiás para o mundo”.