Correios estudam implantar hub logístico internacional em Anápolis

Por Claudius Brito – Com a presença do governador Ronaldo Caiado e do presidente nacional dos Correios, general Floriano Peixoto Vieira Neto, foi apresentada oficialmente a agência empresarial instalada no Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA), a primeira a entrar em funcionamento nessa modelagem e que deve ser um piloto para outros projetos a serem implementados pela estatal no País.

E, de acordo com o presidente dos Correios, “muita coisa está acontecendo e muita coisa vai acontecer”. Ele referiu-se a um outro grande projeto que a empresa já está de olho e trabalho, que é viabilizar a implantação de um centro de distribuição de cargas, inclusive, com foco na distribuição de medicamentos em grande escala.

Para isso, entretanto, será necessário que o Aeroporto de Cargas seja viabilizado. Se der certo, Anápolis passaria à condição de um hub de logística dos Correios. O que acaba por ser um atrativo para a vinda de novos investimentos e, também, um incentivo para as empresas existentes alavancarem negócios, tanto no mercado interno quanto externo.

Presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, detalhou projetos

De acordo com o general Floriano Peixoto, a agência empresarial do DAIA contará com estrutura completa de serviços, desde a coleta, passando pela pré-postagem, preparação e a postagem em si. No caso, essa estrutura é toda voltada ao atendimento empresarial.

No “pacote” de serviços, há também o serviço de consultoria logística, que poderá auxiliar as pequenas e médias empresas que desejam, por exemplo, fazer algum tipo de operação de compra ou venda no mercado exterior.

O presidente ressaltou que o modelo implantado em Anápolis é o primeiro a entrar efetivamente em operação no Brasil. E, segundo disse, a escolha da cidade levou em consideração a localização geográfica, a condição de mão-de-obra e a estrutura intermodal que poderá, futuramente, pode fazer com que a unidade se transforme num centro internacional de logística.

O projeto de expansão das atividades, acrescentou, contribui com a valorização patrimonial e operacional dos Correios. O que, futuramente, pode ser um fator de agregação de valo numa possível privatização da estatal.

A Agência

O diretor técnico dos Correios, Alex do Nascimento, enfatizou que a unidade empresarial dos Correios tem diferenciais importantes, citando que Anápolis está num raio de 1.200 KM do potencial nacional de encomendas e está próximo ao Porto Seco.

Além de possuir uma área de 2,4 mil metros quadrados, sendo 1,2 mil metros de área construída, com áreas operacionais de carga e descarga.

Hoje, há condições para que de Anápolis, as encomendas via Correios possam atingir quase 200 países. “É um compromisso que temos de fomentar o empreendedorismo”, frisou.

Foi apresentado uma espécie de raio-x do projeto, que tem expectativa de prospectar 450 empresas. Atualmente, 82 já estão sendo atendidas. A previsão de receita/ano é de R$ 49 milhões e a expectativa de média diária de postagens é projetada em 5.000. Entre os dias 22 de outubro a 9 de novembro, foram computadas 1.350 postagens diversas.

Vantagem competitiva

O governador Ronaldo Caiado ressaltou, durante a visita, que Anápolis tem uma condição estratégica diferenciada. “Não é a toa que nós temos aqui a Base Aérea que vai receber os caças Gripen, já estaos com o KC 390”, pontuou, acrescentando ainda que os investimentos feitos pelas indústrias farmacêuticas farão com que em breve, Goiás passe à condição de primeiro polo de produção de medicamentos do País, tendo como base a cidade de Anápolis.

Aeroporto

Governador Ronaldo Caiado visitou as instalações na nova agência empresarial dos Correios

Durante a solenidade dos Correios, o governador foi cauteloso na colocação sobre o Aeroporto de Cargas.

Entretanto, um pouco antes, na coletiva de imprensa durante a visita ao Hospital Municipal Alfredo Abrahão, ele discorreu sobre o assunto.

Ronaldo Caiado afirmou que foi uma obra mal planejada e que consumiu cerca de R$ 300 milhões na sua execução, com previsão de se gastar ainda cerca de R$ 200 milhões para dar operacionalização ao local.

A obra, disse o governador, provocou destruição do Ribeirão Extrema. “Estamos fazendo um trabalho para recuperar esse crime ambiental”, disse, observando que o Ministério Público deveria cobrar responsabilidades sobre o mesmo.

Além disso, Caiado informou na entrevista que o projeto não tem as chamadas pistas de fuga, o que no momento inviabiliza a homologação de toda a pista por parte da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac.

“Vamos fazer a recuperação [do Ribeirão Extrema], depois vamos correr atrás da homologação e de viabilizar parceiros do projeto”, enfatizou, finalizando: “Não é um trabalho fácil, é um caminho longo”. (Matéria publicada no CONTEXTO- https://portalcontexto.com)

Fachada da nova unidade no Distrito Agro Industrial de Anápolis

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